sexta-feira, 23 de julho de 2010

Carta aberta aos alunos, funcionários e adminstração da UNEF

Carta aberta aos alunos, funcionários e administração da UNEF

Escrevo essa carta em tom de revolta pela forma como determinados fatos ocorreram dentro desta instituição.



Ainda me pergunto como, em uma faculdade de cursos predominantemente voltados para a comunicação, pode ter havido uma falha tão grave e estúpida em não comunicar oficialmente aos seus alunos e funcionários sobre a venda da mesma para outra empresa e o rumo que será tomado.



Mas não se poderia esperar uma postura diferente de uma administração fraca, que nunca se mostrou presente nem aberta ao diálogo com os alunos e, provavelmente, com os funcionários também.

Talvez os lucros com essa empresa não fossem suficientes para pagar as viagens internacionais em busca de cultura e conhecimento que tanto vi retratada em colunas e artigos publicados. A verdadeira utilidade desses mesmos canais foi esquecida. Li relatos de viagens, de como determinado país era interessante e rico, enquanto via em sala de aula a insatisfação de alunos e professores. Estranhamente, esses relatos soaram em tom de deboche...



Aprendi em determinada disciplina que a comunicação interna realizada de forma efetiva é pilar fundamental para o bom funcionamento de uma empresa. Cômico é ver que o que é pregado em sala pelos docentes não é posto em prática por quem deveria ser o primeiro a dar o exemplo.

Entre as várias características deploráveis do ser humano, creio que o egoísmo seja a pior delas. Será que as pessoas um dia aprenderão a ser diferentes? Ou é mais fácil permanecer no erro apontando os erros alheios?

Bem, antes que alguns se manifestem e digam que a venda da instituição é algo positivo, que trará benefícios para a mesma quero deixar claro que, não sou contra a venda da UNEF. Realmente estava na hora de alguém investir no seu crescimento ao invés de vê-la afundar mais todos os semestres com as salas vazias a cada vestibular. Em outras palavras, já vai tarde.

Contudo, pior do que a posição egoísta antiga administração, foi a posição dos alunos que não se manifestaram em reclamar seu direito à informação. Será que eles sabem que estudam COMUNICAÇÃO? Talvez precisem retornar ao princípio do curso e estudar profundamente o sentido dessa palavra, ou pesquisar em um dicionário a definição da mesma.

Pronto!Achei outra característica deplorável do ser humano: o comodismo. Como diz uma célebre frase: “É por isso que o Brasil não vai pra frente!”

Talvez muitos tenham a mesma revolta que eu. Talvez essa revolta seja só minha. Mas se for, terei a consciência plena de que fiz minha parte, o que estava ao meu alcance e se todos fizessem o mesmo, as circunstâncias em que vivemos hoje seriam muito, muito diferentes.

Aos colegas, fica o recado de não se calar diante da omissão de informações, seja ela qual for, mas principalmente quando esta nos atingir de forma certeira. Agir de forma contrária não condiz com o que aprendemos em sala e que pregamos em provas e seminários. Que tipo de profissionais queremos ser?

Para a nova administração, fica a mensagem em tom de conselho: não hajam da mesma forma errônea e medíocre, saibam ouvir e dialogar com os alunos, funcionários e colaboradores que movimentam esse engenho e sem os quais não haveria absolutamente nada. Mas principalmente, saibam pôr em prática o verdadeiro sentido de uma palavra simples e atualmente tão rara: RESPEITO.




Júlia Costa
Aluna do 7º semestre de publicidade

Um comentário:

  1. Conversamos sobre esta situação por ti vivenciada, e aqui vim ler este manifesto. Fico sempre "de cara" com a sua qualidade de cronista. Mas, este texto em especial, é arauto de um ato nobre e altivo chamado: C.O.R.A.G.E.M. ! Sim, coragem de se expor de forma positiva e incisivamente eficaz. As transformações que desengessam, e varrem as desnecessidades, surgem de atos como esse...Dessa forma, só posso te dizer que maravilhado fiquei com as linhas acima, pois como vossa mercê, sou um rebelde convicto...Parabéns !

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