sábado, 12 de maio de 2012

Coruja's Day ou Dia das Mães

Vem chegando o segundo domingo de maio, muito amor no coração... Dia das Mães! A minha não é muito diferente das outras, com excessos de proteção, conselhos descabidos e broncas esporádicas. 



Eu sempre conto que apanhei muito quando era criança, e olha que eu nunca fui uma pequena peralta. Era tranquila até demais, excelente aluna, mas adorava fazer uma cena pra chamar atenção, pois me sentia jogada pra escanteio, mesmo sendo caçula. A convivência com dois irmãos, homens e alguns anos mais velhos, me tornou ao mesmo tempo solitária e com o lado guri aflorado, afinal, alguma coisa eu tinha que fazer pra tentar me enturmar com eles. Nessa estratégia, joguei bola (e levei infinitas boladas), brinquei de gude, brigava, saia no tapa, chorava e dez minutos depois já estava lá atrás de brincadeira novamente. Das muitas surras que levei, a maioria delas era por causa dessas brigas, as quais eu nunca tinha a razão reconhecida, ainda que a possuísse.

Meu pai raramente levantava a mão pra gente, até porque o solado de borracha daquele antigo chinelo de couro doía mais que qualquer coisa no mundo e nenhum de nós arriscava experimentá-lo com frequência. Já minha mãe tinha uma regra bem simples. Batia pra castigar e, depois da gente se esgoelar chorando, ela batia pra calar a boca. Mãe: ensinando paradoxos desde sempre.

Em outras ocasiões o castigo para nossas brigas era mais, digamos, educativos, ensinava o altruísmo e perdão de forma bem simples. Ela nos colocava ajoelhados, um de frente pro outro, em um canto qualquer. Ainda que levasse horas, só sairíamos depois de fazer as pazes. Como eu sempre fui turrona, se dependesse de mim, daria cãibra em nós três.

Outra grande lição que sempre nos foi dada era de compartilhar tudo que tínhamos. Ninguém comeria um doce sozinho, ainda que fosse uma bala de um centavo, sem dividir com os outros dois. E isso se estendia a outras coisas, como brinquedos e roupas. Aliás, essa talvez fosse a pior parte, pelo menos na minha visão infantil. Imagine uma menina que até os 12 anos vestia, na maioria das vezes, as roupas 'perdidas' dos irmãos mais velhos. Triste, né? Mais triste seria não ter o que vestir, já que com um pai carpinteiro e uma mãe dona de casa não haviam muitos luxos em nossa infância simples. Nunca fomos pobres pois, graças a Deus, meus pais sempre deram exemplo de trabalho duro e honesto, cumprindo com dignidade sua missão de pais.

Graças a missão feminina pré designada, aprendi com minha mãe a cuidar da casa e todos os seus afazeres, só com a cozinha que não consigo criar muita intimidade, não por preguiça, mas por que sou tão estabanada que sempre saio queimada ou cortada.

Além de ser caçula, tive a sorte (?) de nascer mulher e assim, ser a companheira da minha mãe. 

Pelas surpresas e escolhas que fazemos na vida, hoje não moro mais com meus pais e talvez não esteja perto deles tanto quanto gostaria, mas a presença do meu carinho e amor incondicional é constante. #JáTôAqui

Não só pela obrigação de filha, mas pelo reconhecimento de que tudo que vivi e passei nesses 24 anos de vida, tendo minha família como base sólida para construir meu caráter e minha conduta.

Não recrimino minha mãe pelos tapas que levei, os tempos eram outros, eles foram fundamentais para minha educação podia ter batido menos, né mãe? Assim como os conselhos, broncas e proibições que impediram de nos enveredarmos por caminhos tortos.

E como meu pai também sempre foi um pouco mãe (e vice-versa), esse domingo não é só o dia dela, é deles.

Para todas as Mães do mundo, todos os dias felizes.

-




Agradecimento

Não me recordo de nenhum momento
em que estando triste e sozinho,
esta mulher não me desse teu abraço,
e fizesse do teu colo meu ninho.

Ensinou-me o encanto das palavras,
perdoo meu erros e me ensinou lições.
Nas noites escuras embalou meu sono 
com a suavidade de doces canções.

Segurando tua mão conheci o mundo,
como lidar com a vida
e atravessar as ruas.
Para não ver meu sofrimento
desejou que minhas lágrimas fossem tuas.

Tanto tenho a te dizer
mas não há palavras que possam expressar
a minha felicidade pela sua existência
o meu agradecimento por dedicadamente me amar.

-

Espera, esse post é igual a sermão de mãe! Quando você pensa que acabou, ele continua...

Aproveitando a vibe 'mãezística', quero dar a dica de um super filme que eu adoro. Uma história comovente, baseada em fatos reais, que relata perfeitamente o amor incondicional de uma família pelo filho doente. Você provavelmente já viu ou ouviu falar desse filme. Se não, assista-o assim que puder, mas prepare o lenço porque é pra chorar ao ver essa grande lição.



O Óleo de Lorenzo é uma produção do ano de 1993 e tem Susan Sarandon e Nick Nolte interpretando os pais de Lorenzo, um menino que possui ALD, uma doença incurável e degenerativa do sistema neurológico.

Inconformados com a situação, seus pais unem forças para descobrir uma forma deter o avanço da doença no filho, estudando sobre possíveis formas de curá-lo, ainda que leigos no assunto. 

Um filme realmente emocionante, que ilustra com clareza a dedicação incansável impulsionada pelo amor. Mais bonito ainda é ver que graças a esse esforço, Lorenzo pode viver até os 30 anos, bem mais do que os médicos afirmavam, além de ter ajudado a outras milhares de crianças com o mesmo problema. A cura da doença ainda não foi descoberta, mas o óleo desenvolvido pelos pais de Lorenzo foi um avanço indiscutível no tratamento. Talvez seja esse amor que falte nas pessoas para que a cura seja finalmente encontrada...e para que esse mundo seja menos desesperançoso.

Um comentário:

  1. Lindo ! Só você amiga, para descrever com tanta riquezqa e detalhes o reconhecimento devido...

    ResponderExcluir

Deixe seu rabisco por aqui!
Críticas são bem-vindas, mas educação e bom senso também.

Obrigada.